KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a data de 7 de Setembro para fazer propaganda política com dois objetos específicos:
cortejar a classe média, faixa da população em que há maior insatisfação com seu governo, e colocar no noticiário uma "agenda positiva" em contraponto à "agenda negativa" das últimas semanas.
Ao longo de um pronunciamento em rádio e TV, Lula fez diversos acenos para a classe média. Não citou medidas específicas para favorecê-la, mas fez uma promessa algo vaga:
"Nenhum país do mundo pode crescer sem estimular, fortemente, o espírito empreendedor da classe média."
Sem mencionar a decisão do STF de tornar réus em ação criminal integrantes da antiga cúpula do PT, Lula admitiu que era preciso "avançar, ainda mais, no terreno da ética e do combate à impunidade".
Disse que seu governo tinha a "coragem" de realizar esse esforço. E afirmou que colhe "os frutos doces e amargos desta semeadura".
Lula bateu bumbo a respeito das realizações sociais. Segundo ele, o Brasil vive "amplo movimento de inclusão social, de uma intensidade nunca vista".
Apesar de ter reconhecido que ainda "há forte dívida social a resgatar com os mais pobres", Lula exagerou quando falou que, "ao contrário de outras épocas, agora não há arrocho salarial e exclusão social".
A exclusão social, como ele mesmo assinalou, ainda é enorme.
Resumindo:
foi um discurso para Lula vender o seu peixe para a população, sobretudo para a fatia mais resistente a ele, e também para responder de certa forma à decisão do STF sobre o mensalão.
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