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16.2.08

coluna do fábio campana,jornalista respondendo à tentativa de requião de processá-lo

O jornalista não inventa. Não cria fatos. Publica-os, por dever de ofício. Pela necessidade de manter a população informada. Nem sempre os poderosos gostam do que é publicado. E na incapacidade de mudar os fatos, ou de fazer valer a sua versão sobre eles, investem contra o jornalista.

Requião anunciou que vai me processar. Fez mais. Pediu a providência para a Procuradoria Geral do Estado e também para a Secretaria da Segurança, fazendo notar o seu poder de polícia. Ora, pois, nestas plagas os poderosos acreditam que podem tudo. Tudo mesmo. E assim sendo, acato a orientação do advogado e vou representar contra o governador diretamente ao ministro da Justiça e à Comissão de Direitos Humanos. Afinal, Requião não faz outra coisa que atentar contra a liberdade de informação.

Requião destemperou-se porque não gostou da entrevista dada pelo senador paraguaio Juan Carlos Galaverna, que o acusou de intromissão na política interna do Paraguai e de outros ilícitos pesadíssimos, como contrabando de soja, lavagem de dinheiro e ilações com o narcotráfico em associação com o general Lino Oviedo. (Leia matéria na página 7).

Ora, pois, Requião declara apoio a um candidato presidencial, envia seu secretário da Comunicação ao Paraguai, que qualifica o governo paraguaio de corrupto e criminoso e não admite que o senador do país vizinho reaja e diga o que pensa e o que sabe sobre ele. É bem o estilo de Requião. Em vez de desmentir o senador Galaverna, quer atingir quem o entrevistou. Bem ao gosto dos tiranetes de extração ordinária nesta área do planeta. Requião se parece aos ditadores que acham que sempre estão com a razão porque tem por eles a polícia.

Será dessa razão que falam os muros?

requião contrabandista,envolvido com lavagem de dinheiro e comércio ilegal de soja

O líder do governo paraguaio no congresso, senador Juan Carlos Galaverna Delvalle fez, ontem, graves acusações contra o governador do Paraná, Roberto Requião.

interferência de Requião na política paraguaia já é antiga, acusou o governador paranaense de comércio ilegal de soja, lavagem de dinheiro e contrabando, crimes que, segundo o senador
teriam sido cometidos em associação com o general Lino Oviedo, ex-presidente paraguaio e candidato nas eleições nacionais marcadas para abril.

o governador Roberto Requião, agindo através de um irmão (que disse não se recordar do nome), oferecia facilidades para exportação da soja paraguaia para Europa e Ásia como se fosse soja brasileira, durante a proibição de exportação de soja transgênica pelo Porto de Paranaguá.

Galaverna também acusou Requião de, em associação com o general Oviedo, operar no contrabando e na lavagem de dinheiro. “Requião é um comerciante através da política. E não é só na soja.

Ele está envolvido em lavagem de dinheiro.
É fiel amigo do general Oviedo, operam juntos no contrabando. O senhor Requião é um dos patrões do contrabando brasileiro”,

acusou o senador paraguaio.

As declarações do senador paraguaio também repercutiram rapidamente na oposição. O deputado Valdir Rossoni (PSDB) anunciou que vai entrar com uma representação junto ao Ministério Público para que investigue as denúncias.

Ele também pretende levar as denúncias à Executiva Nacional do PSDB em Brasília e averiguá-las pessoalmente na próxima quinta ou sexta-feira quando irá ao Paraguai junto com um grupo de deputados para apurar o envolvimento de membros do governo Requião na campanha presidencial paraguaia.

“Embora o período de campanha política, como vive o Paraguai, produza naturalmente uma exacerbação de ânimos, as denúncias do senador paraguaio são tão graves que não podem deixar de ser apuradas”, diz Valdir Rossoni. O deputado afirma que vai aproveitar sua passagem pelo Paraguai no próximo final de semana, para ouvir pessoalmente o senador Juan Carlos Galaverna.