O jornalista não inventa. Não cria fatos. Publica-os, por dever de ofício. Pela necessidade de manter a população informada. Nem sempre os poderosos gostam do que é publicado. E na incapacidade de mudar os fatos, ou de fazer valer a sua versão sobre eles, investem contra o jornalista.
Requião anunciou que vai me processar. Fez mais. Pediu a providência para a Procuradoria Geral do Estado e também para a Secretaria da Segurança, fazendo notar o seu poder de polícia. Ora, pois, nestas plagas os poderosos acreditam que podem tudo. Tudo mesmo. E assim sendo, acato a orientação do advogado e vou representar contra o governador diretamente ao ministro da Justiça e à Comissão de Direitos Humanos. Afinal, Requião não faz outra coisa que atentar contra a liberdade de informação.
Requião destemperou-se porque não gostou da entrevista dada pelo senador paraguaio Juan Carlos Galaverna, que o acusou de intromissão na política interna do Paraguai e de outros ilícitos pesadíssimos, como contrabando de soja, lavagem de dinheiro e ilações com o narcotráfico em associação com o general Lino Oviedo. (Leia matéria na página 7).
Ora, pois, Requião declara apoio a um candidato presidencial, envia seu secretário da Comunicação ao Paraguai, que qualifica o governo paraguaio de corrupto e criminoso e não admite que o senador do país vizinho reaja e diga o que pensa e o que sabe sobre ele. É bem o estilo de Requião. Em vez de desmentir o senador Galaverna, quer atingir quem o entrevistou. Bem ao gosto dos tiranetes de extração ordinária nesta área do planeta. Requião se parece aos ditadores que acham que sempre estão com a razão porque tem por eles a polícia.
Será dessa razão que falam os muros?