O presidente Luiz Inácio Lula da Silva costuma dizer que o seu governo investiu mais na área social do que o do seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, mas essa afirmação começa a gerar polêmica.
A pedido dos candidatos Geraldo Alckmin e José Serra, o economista tucano José Roberto Afonso fez as contas e chegou à conclusão de que, em valores relativos, o governo Lula gastou com saúde e educação menos do que o governo FHC, apesar da maior arrecadação tributária.
Afonso analisou as aplicações em saúde e educação nos anos de 2000 a 2005, os três últimos anos de FHC e os três primeiros de Lula. Pelas suas contas, a média das aplicações nos três primeiros anos de Lula foi de 2,37% do PIB, enquanto a média dos três últimos anos de FHC foi de 2,43% do PIB.
Segundo Afonso, essa diferença representa uma perda de R$ 1 bilhão. Ele lembra, ainda, que, de acordo com os números da Secretaria da Receita Federal, houve um aumento de 1,5 ponto percentual da carga tributária no governo Lula. "Ou seja, mesmo o governo Lula arrecadando muito mais do que FHC, caiu o que aplicou proporcionalmente em educação e saúde", diz o economista.
O economista conclui que a prioridade dada pelo governo Lula foi ao "mero assistencialismo", e isso explica a queda nos investimentos em educação e saúde.
"O problema é que os gastos em educação e saúde são transformadores, que não apenas geram renda como melhoram diretamente o bem-estar social, ajudando a combater de forma definitiva a pobreza e a desigualdade", diz Afonso.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0409200601.htm
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