Prêmio Nobel critica benefícios sociais
o Economista Edmund Phelps faz ressalva sobre Bolsa Família, que seria "grande passo na direção certa"
O economista Edmund Phelps, ganhador do prêmio Nobel do setor em 2006 e professor da Universidade Columbia (EUA), disse ontem que o governo deve evitar o excesso na concessão
de benefícios de bem-estar social em um cenário de necessidade de uso dos recursos púbicos para infra-estrutura e suporte aos negócios.
Em palestra no Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso na
sede do BNDES no Rio, Phelps fez a ressalva, no entanto, que não inclui o Bolsa Família na categoria de benefício criticada. "É um programa estrutural para criar potencial de grande dinamismo econômico, que requer educação do público em geral.
Na avaliação do economista, os benefícios de bem-estar social não são uma conspiração da esquerda para explorar os ricos porque estes raramente se preocupam com aumentos
modestos nas taxas.
Para Phelps, eles são mais próximos de uma conspiração da direita para comprar a solidariedade da classe média. "Na luta entre Hillary Clinton, que faz campanha pelo bem-estar social, e Barack Obama, cuja campanha foca no trabalho e no desenvolvimento, sei perfeitamente de que lado estou", disse.
Phelps afirmou que o Brasil deve aproveitar o período de grandes oportunidades com a alta
nos preços de commodities para tornar sua economia sólida, dinâmica e próspera.
"Espero que a economia brasileira evolua para uma maior participação de inovação e dinamismo econômico e para que não seja tão dependente de preços de produtos primários, que às vezes sobem, mas às vezes caem", disse. Sobre a crise americana, afirmou que talvez as coisas não estejam mais "críticas". "Neste sentido a crise acabou, mas ainda há alguns ferimentos a curar", disse.
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